2.1. Definir o objetivo da intervenção dietética
Embora o tema da nutrição tenha sido durante muito tempo negligenciado na formação profissional dos assistentes sociais, as abordagens modernas de apoio a pessoas em situações de vida difíceis demonstram que a nutrição desempenha um papel fundamental na saúde mental, no funcionamento social e no bem-estar diário dos clientes. Kayla Harter (2017) demonstra que a nutrição deve ser vista como parte integrante da abordagem “pessoa-no-ambiente” – uma perspetiva holística que considera o cliente dentro do seu contexto biológico, social e emocional.
A investigação de Harter revela que 68,2% dos assistentes sociais abordam a nutrição na sua prática, embora a maioria deles (77%) nunca tenha participado em qualquer formação relacionada com a nutrição e 89% não tenha frequentado disciplinas deste tipo durante os seus estudos de mestrado em serviço social (Harter, 2017).
Isto demonstra que o tema da nutrição é importante e necessário, e que os assistentes sociais agem frequentemente de forma intuitiva ou baseiam-se em conhecimentos médicos gerais básicos. Fazem-no porque reconhecem a ligação entre a alimentação, o humor, a saúde e o funcionamento diário do cliente.
Quando se trabalha com pessoas com doenças mentais, o tema da nutrição surge muitas vezes como uma questão secundária – “alguém come demais”, “outra pessoa quase não come nada”. É fácil presumir que uma sugestão ou um folheto informativo serão suficientes. No entanto, se queremos realmente que a mudança aconteça, precisamos de um plano de acção bem elaborado – e a sua base é um objectivo claro.
Definir uma meta de intervenção não é apenas uma formalidade – é um processo que ajuda a organizar as ações, a definir o rumo da cooperação com o cliente e a fortalecer a sua motivação. Com uma meta bem definida, o cliente consegue visualizar o propósito da mudança e sentir que alcançá-la é possível – passo a passo.
É exatamente por isso que vale a pena utilizar o método SMART – uma ferramenta que ajuda a formular objetivos de forma clara, realista e prática.
O Método SMART – Como Definir Objectivos que Funcionam
SMART é um acrónimo que descreve cinco características essenciais de um objetivo bem formulado. Cada elemento ajuda a evitar afirmações vagas e transforma o objetivo numa estratégia de ação estruturada.
| Abb. | Meaning | O que significa na prática? |
| E | Específico | O objetivo deve ser claramente definido – sem frases vagas como “comer de forma mais saudável”. |
| M | Mensurável | Deve ser possível verificar se o objetivo foi atingido. |
| A | Achievable | O objetivo deve ser alcançável para a pessoa na sua situação específica. |
| R | Relevante | O objetivo deve ser importante e relevante para os problemas do cliente. |
| P | Com prazo determinado | É necessário determinar quando queremos atingir esse objetivo. |
Quando o assistente social e o cliente formulam um objetivo utilizando este modelo, torna-se mais fácil não só planear passos específicos, mas também avaliar o progresso e responder caso algo não corra como planeado.
Exemplo de uma meta SMART correta no contexto da alimentação:
“O Jan (que sofre de depressão crónica, está subnutrido, queixa-se de fadiga e falta de energia) irá, nas próximas duas semanas, consumir pelo menos uma refeição quente por dia contendo vegetais, que irá comprar ou preparar com a ajuda de um cuidador.”
Esta meta atende a todos os elementos do modelo SMART:
• E (Específico): sabemos exatamente o que o cliente deve fazer – consumir uma refeição quente com legumes.
• M (Mensurável): uma refeição por dia – esta pode ser facilmente monitorizada.
• A (Atingível): apenas uma refeição, possível apoio de um cuidador – realista.
• R (Relevante): a meta aborda um problema específico – subnutrição, falta de energia.
• T (Temporal): é definido um prazo claro – duas semanas.

Para perceber porque é que o método SMART é tão útil, é interessante analisar exemplos que não seguem este método:
O Jan deveria alimentar-se de forma saudável.”
Esta meta parece razoável, mas é muito vaga. O que significa “saudável”? Refere evitar o açúcar, comer vegetais, fazer refeições regulares? Falta mensurabilidade, um prazo e uma ação específica. Tal meta não fornece nem ao cliente nem ao profissional uma direção clara.
“O Jan vai parar de comer coisas pouco saudáveis para sempre.”
Esta meta é demasiado ambiciosa, vaga e, em última análise, irrealista. “Para sempre” é uma exigência exagerada – especialmente para alguém com dificuldades de saúde mental. Falta especificidade, mensurabilidade e prazo. Além disso, pode desencadear o medo do fracasso e desmotivar o cliente desde o início.
Uma pesquisa de Kayla Harter (2017) mostra que até 68% dos assistentes sociais inquiridos incluem a nutrição nas suas conversas com os clientes – geralmente de forma simples e quotidiana, adaptada à situação e às capacidades de cada um. Abordam principalmente os princípios básicos de uma alimentação saudável. Não se trata de conhecimentos dietéticos complexos, mas de orientações simples, tais como:
- “Tente comer algo quente uma vez por dia.”
- “Seria bom adicionar legumes ao seu almoço.”
- “Beber água em vez de uma bebida açucarada pode ajudá-lo a sentir-se melhor.”
Não se trata de teorias – são pequenas mudanças que o cliente consegue compreender, recordar e implementar, mesmo que tenha dificuldades com a memória, motivação ou organização diária.
Outro tema frequentemente abordado é a redução do consumo de “alimentos pouco saudáveis” – doces, batatas fritas, fast food e refrigerantes. Os assistentes sociais não dão ultimatos nem fazem julgamentos – em vez disso, colocam questões como:
- “E o que costuma comer quando se sente triste?”
- “Algumas pessoas ficam mais irritáveis depois de beberem uma bebida açucarada – como é para si?”
Estas conversas relacionam as emoções com a alimentação e têm como objetivo não a proibição, mas sim a reflexão, a consciencialização e pequenos ajustes.
Um tema importante e muito prático é o planeamento de refeições com um orçamento bastante limitado. Por este motivo, muitos clientes têm dificuldades em ter acesso regular a alimentos e, mais ainda, em cozinhar, planear as compras ou simplesmente organizar o dia em função das refeições. Neste contexto, um assistente social pode:
- Ajudar a criar uma lista de compras,
- indicar um banco alimentar local,
- Planeiem juntos um menu simples e acessível.
Esta é muitas vezes uma parte vital do apoio diário – especialmente quando se trabalha com pessoas em situação de sem-abrigo, com deficiência ou que enfrentam problemas de saúde mental.
Alguns assistentes sociais também observam comportamentos alimentares preocupantes que podem indicar um distúrbio alimentar – por exemplo, evitar alimentos obsessivamente, episódios de compulsão alimentar ou afirmações como: “Não como porque não mereço”.
Embora não façam diagnósticos, respondem com empatia e sabem quando encaminhar o cliente para um especialista – um nutricionista, terapeuta ou psiquiatra. O seu papel é perceber o primeiro sinal e ajudar o cliente a encontrar o apoio adequado.
As we can see, the nutrition-related topics addressed by social workers are not random – they stem from real needs, conversations, and observations. These topics are often a bridge to building a relationship, a first step toward change, and a way to show the client that someone sees their everyday struggles.
É importante que o assistente social se lembre que o seu papel nas intervenções nutricionais tem limites. Pode apoiar o cliente em ações quotidianas, tais como:
- incentivando pequenas mudanças,
- Ajudar no planeamento de compras,
- Apoiar o desenvolvimento de hábitos simples.
No entanto, em muitos casos, especialmente quando:
- Há sinais de distúrbios alimentares (por exemplo, anorexia, bulimia),
- O cliente apresenta doenças físicas que afetam a alimentação (por exemplo, diabetes, desnutrição),
- ou se o cliente se recusar a comer e surgirem riscos para a saúde –
a colaboração com outros especialistas é essencial, como um nutricionista clínico, médico ou psicoterapeuta.
O assistente social deve reconhecer quando as ações independentes podem não ser suficientes e oferecer ao cliente apoio profissional externo.
Independentemente de estar a trabalhar numa pequena mudança de hábito ou a apoiar um cliente com problemas de saúde graves, o seu bem-estar e segurança devem sempre vir em primeiro lugar.
Definir objetivos realistas e acordados em conjunto não só aumenta a eficácia da intervenção, como também cria confiança e dá ao cliente uma sensação de controlo – e este é um elemento fundamental de qualquer mudança, especialmente no contexto da saúde mental.
Para avaliar os seus conhecimentos sobre este tema, faça o exercício 46 do caderno de exercícios.
2.2 Avaliação das necessidades e recursos do cliente como base para a individualização
A individualização da intervenção é essencial para que o apoio seja genuíno, eficaz e aceitável para o cliente. Cada pessoa, mesmo que tenha um diagnóstico ou problemas de saúde semelhantes, vive num contexto diferente – com diferentes capacidades, desafios, crenças e objetivos.
A avaliação das necessidades e dos recursos permite-nos:
- Para melhor compreender o que o cliente realmente precisa (e não apenas o que nos “parece” necessário),
- Evite erros e sobrecarga que possam desencorajar o cliente a envolver-se.
- Criar confiança e empatia, fazendo com que o cliente se sinta ouvido e tido em conta.
- Escolha métodos de apoio realistas e eficazes.
O que deve avaliar um assistente social?
1. Necessidades do cliente – qual a área que realmente requer apoio?
A avaliação das necessidades não se resume a enumerar “problemas a resolver”, mas sim a compreender o que é atualmente mais difícil para o cliente, o que o está a impedir de avançar, o que lhe causa dor ou sofrimento. É o primeiro passo para a elaboração de um plano de apoio individualizado.
Áreas típicas a avaliar e orientações práticas:
a) Saúde mental e física:
➤ O cliente está a funcionar de forma independente atualmente? Existem episódios de intensificação dos sintomas (por exemplo, depressão, ansiedade, delírios)?
➤ Comentário: Mesmo que o cliente não fale diretamente sobre saúde, pode perguntar:
“Como se tem sentido ultimamente?”
“Há algo que esteja a tornar o seu dia a dia mais difícil?”
b) Condições de alimentação e alojamento:
➤ O cliente tem frigorífico, acesso a utensílios de cozinha e uma fonte estável de alimentos?
➤ Comentário: Os clientes por vezes escondem os problemas de acesso a alimentos por vergonha. Pode perguntar discretamente:
“Como é para si uma refeição típica?”
“Acontece não haver nada no frigorífico?”
c) Funcionamento diário:
➤ O cliente trata da higiene pessoal, levanta-se de manhã, sabe que dia e hora são?
➤ Comentário: Esta área afeta fortemente a capacidade de cooperação. Se a pessoa não tem energia para se lavar, é difícil planear as refeições.
d) Apoio social:
➤ Alguém os visita? Têm alguém com quem conversar? Recebem apoio ou são controlados?
➤ Comentário: A solidão e o isolamento são, muitas vezes, as maiores barreiras à mudança. Vale a pena perguntar:
“Quem é importante para si?”
“Com quem se fala quando algo está errado?”
e) Emotional and psychological needs:
➤ Does the client have hope for improvement? Do they want to change anything at all?
➤ Comentário: Um cliente pode dizer: “Já não me importo” – esta é também uma informação importante. Nestes casos, concentre-se nas necessidades pequenas e imediatas. Vale a pena perguntar:
“O que o fez sentir assim?”
…e depois concentre-se em construir apoio a partir desse ponto.
Recursos do cliente – o que pode ser aproveitado para construir algo novo.
Os recursos são, muitas vezes, a parte mais subestimada de uma avaliação. No entanto, são precisamente eles que permitem ao cliente agir – apesar da doença, das dificuldades, da falta de dinheiro ou das limitações cognitivas. Identificar recursos não se trata de encontrar o “ideal”, mas de descobrir até os mais pequenos elementos que podem ser fortalecidos. Os recursos não precisam de ser grandes – basta ter um ponto de partida.
Áreas típicas de recursos e comentários práticos:
a) Recursos pessoais:
➤ O cliente sabe cozinhar refeições simples, cuida de um gato, percebe bastante de música, já teve uma loja…
➤ Comentário: Mesmo competências aparentemente “pequenas” podem ser a base para uma intervenção. Um cliente que consegue cuidar de um animal também consegue cuidar de si próprio – mas pode precisar de apoio.
b) Recursos sociais:
➤ Existe alguém próximo que possa ajudar nas compras, para os lembrar de tomar os medicamentos ou para falar uma vez por semana?
➤ Comentário: As relações sociais podem ser complexas, mas mesmo uma ligação com um vizinho, um assistente social ou um membro de um grupo de apoio pode ser um recurso.
c) Recursos ambientais:
➤ O cliente conhece frigoríficos comunitários, utiliza bancos alimentares, tem acesso a um centro de convívio ou sopa comunitária?
➤ Comentário: Nem todos os recursos têm de estar “em casa” – muitos podem ser acedidos através da rede local. Vale a pena conhecer as instituições que podem ajudar e perguntar ao cliente:
“Já foi a algum lado…?”
d) Recursos internos (emocionais e psicológicos):
➤ O cliente consegue automotivar-se? Tem esperança, objetivos, valores e sentido de espiritualidade?
➤ Comentário: Mesmo um cliente em crise pode ter valores importantes para si – por exemplo, “Quero ser um pai melhor”, “Não quero voltar para o hospital” – e este pode ser o ponto de partida.
2.2.2. Desenvolver e implementar intervenções baseadas na evidência (PBE)
No serviço social, temos muitas vezes de tomar decisões rápidas: como ajudar um cliente que se sente mal, não se alimenta regularmente ou se queixa de fadiga constante e falta de energia? Nestas situações, é útil confiar não só na intuição ou na experiência, mas também em conhecimentos científicos sólidos – nomeadamente, nas chamadas intervenções baseadas na evidência (PBE).
A Prática Baseada na Evidência (PBE) é uma abordagem que parte do pressuposto de que as nossas ações devem ser:
- Com base nas melhores evidências científicas disponíveis,
- Adaptado à situação e às capacidades do cliente,
- Em consonância com o conhecimento prático e os valores do cliente.
Em suma: sabemos o que funciona – e sabemos como adaptar isso a cada pessoa individualmente.
Exemplo de uma meta SMART correta no contexto da alimentação:
“O Jan (que sofre de depressão crónica, está subnutrido, queixa-se de fadiga e falta de energia) irá, nas próximas duas semanas, consumir pelo menos uma refeição quente por dia contendo vegetais, que irá comprar ou preparar com a ajuda de um cuidador.”
Esta meta atende a todos os elementos do modelo SMART:
• E (Específico): sabemos exatamente o que o cliente deve fazer – consumir uma refeição quente com legumes.
• M (Mensurável): uma refeição por dia – esta pode ser facilmente monitorizada.
• A (Atingível): apenas uma refeição, possível apoio de um cuidador – realista.
• R (Relevante): a meta aborda um problema específico – subnutrição, falta de energia.
• T (Temporal): é definido um prazo claro – duas semanas.
Que intervenções nutricionais demonstraram eficácia?
Encontrará descrições detalhadas das dietas nos Módulos 3.2 a 3.4, mas, como assistente social, é útil estar familiarizado com abordagens gerais que são apoiadas pela investigação e podem servir como uma boa base para a discussão com o cliente.
As dietas mais estudadas e recomendadas incluem:
• Dieta mediterrânica: rica em vegetais, azeite, peixe e cereais integrais. Favorece a saúde mental e pode reduzir o risco de depressão.
• Dieta MIND: uma combinação das dietas mediterrânica e DASH, focada na saúde cerebral. Recomendada particularmente em casos de declínio cognitivo.
• Dieta cetogénica: rica em gordura e pobre em hidratos de carbono; apresenta efeitos benéficos em alguns doentes com perturbações neurológicas e psiquiátricas, embora a sua implementação exija acompanhamento especializado.
Importante: Nem toda a dieta é adequada para todos os clientes. O assistente social deve ser capaz de reconhecer limitações (como a pobreza, a falta de acesso à cozinha, as comorbilidades) e colaborar com outros especialistas quando a intervenção ultrapassa a sua área de competência.
Quando é que a prática baseada na evidência (PBE) em nutrição significa ações simples?
Embora a Prática Baseada na Evidência (PBE) possa soar como grandes projetos clínicos, no serviço social refere-se geralmente a ações pequenas e específicas que sabemos serem eficazes – porque a investigação confirmou o seu impacto.
Exemplos:
- Em vez de dizer “coma de forma saudável”, o profissional ajuda o cliente a introduzir um hábito específico: um vegetal ao almoço todos os dias durante uma semana – porque sabemos que aumentar a ingestão de vegetais tem um efeito positivo no humor.
- Um cliente bebe 3 litros de refrigerante de cola por dia – o assistente social não proíbe, mas sugere a substituição de um copo por água com limão – porque reduzir a ingestão de açúcar pode diminuir a irritabilidade e melhorar o sono.
E se o cliente estiver a cometer erros nutricionais?
Os módulos 3.3 e 3.4 descrevem os problemas nutricionais mais comuns em pessoas com problemas de saúde mental – como deficiências de vitaminas do complexo B, ferro ou magnésio, bem como excesso de açúcar, alimentos processados e álcool.
O assistente social deve:
- Esteja ciente destes riscos,
- Reconhecer padrões preocupantes (por exemplo, compulsão alimentar, aversão a determinados alimentos, consumo excessivo de bebidas energéticas),
- Consulte um especialista se o problema estiver para além da sua área de competência.
Resumo – o que deve saber e fazer um assistente social?
✔ Compreenda que a nutrição afeta a saúde mental e que algumas intervenções têm eficácia comprovada.
✔ Ser capaz de conversar com o cliente em linguagem quotidiana, incorporando ao mesmo tempo conhecimento atualizado.
✔ Não diagnosticar ou criar dietas, mas apoiar a implementação de recomendações simples e coordenar o apoio de especialistas.
✔ Encaminhe o cliente para um nutricionista, médico ou psicoterapeuta quando necessário.
A utilização de intervenções baseadas na evidência (PBE) na prática diária do serviço social não tem de envolver ações complicadas ou linguagem médica. Pelo contrário, trata-se de utilizar o conhecimento atual, as necessidades do cliente e as circunstâncias da vida real para planear pequenos, mas significativos, passos que apoiem a saúde mental e melhorem o funcionamento diário.
O estudo de caso abaixo permitirá acompanhar todo o processo de intervenção da Prática Baseada na Evidência (PBE): desde a identificação de necessidades e recursos, passando pela seleção de um curso de ação apropriado, até ao estabelecimento de um objetivo e à colaboração com outros especialistas.
Veja como as dificuldades de um cliente podem ser abordadas com empatia e conhecimento, com base no que realmente funciona.
Tenha em atenção os seguintes passos:
Passo 1: Identificar as necessidades do cliente
Passo 2: Avaliar as características e limitações
Passo 3: Escolha uma abordagem baseada em evidências (por exemplo, elementos da dieta MIND ou outra, dependendo das necessidades).
Passo 4: Defina um objetivo realista utilizando o método SMART.
Passo 5: Aplique uma intervenção simples
Passo 6: Monitorize os resultados e ajuste o plano.
Passo 7: Consulte um especialista, se necessário.
| Estudo de Caso: Artur – Como aplicar a prática baseada na evidência no serviço social 🧍♂️ Nome do cliente: Artur. Idade: 52 anos. Estado de saúde: Diagnosticada com depressão, recentemente sob cuidados psiquiátricos; em tratamento farmacológico. Situação de vida: Vive sozinha, desempregada, recebe subsídio de doença de longa duração; tem dificuldades com a rotina diária e com a higiene. Estilo de vida: Frequentemente não se alimenta durante o dia, e depois consome doces e pão em excesso à noite; bebe 2 a 3 litros de bebidas açucaradas por dia. Dificuldade relatada: “Não tenho energia, não me consigo concentrar, não tenho vontade de fazer nada”. 🎯 Passo 1: Avaliar necessidades e recursos Necessidades Recursos Alimentação irregular e inadequada Consegue preparar refeições simples Baixa energia, humor deprimido Tem acesso a uma cozinha e frigorífico Picos de açúcar no sangue, irritabilidade Em contacto com um assistente social Isolamento social Recebe benefícios e cuidados psiquiátricos 🟢 Comentário: O Artur não precisa de uma mudança radical na dieta – precisa de pequenas mudanças baseadas em evidências, adaptadas ao seu estado mental e às suas circunstâncias de vida. 📚 Passo 2: Escolha uma intervenção nutricional baseada na evidência Com base nas evidências discutidas no Módulo 3 (3.2.1.1 e 3.4) e no conhecimento atual sobre o impacto da nutrição na saúde mental, o assistente social decide aplicar elementos simplificados da dieta mediterrânica e redução do consumo de açúcar. 🔹 Em vez de: “É preciso adotar a dieta mediterrânica” 🔸 Proposta: “Vamos tentar adicionar alguns vegetais ao seu almoço e substituir uma bebida açucarada por dia por água.” 🛠️ Passo 3: Estabeleça uma meta SMART Objetivo: “Durante os próximos 7 dias, o Artur beberá um copo de água em vez de uma bebida açucarada todos os dias e tentará adicionar um vegetal ao seu almoço.” Avaliação pelos Critérios SMART: S – Específico: Sim: um copo de água, um vegetal; M – Mensurável: Sim: uma vez por dia, durante 7 dias; A – Atingível: Sim: o cliente tem acesso e não se sente pressionado; R – Relevante: Sim: aborda questões relacionadas com a saúde e o humor; T – Temporal: Sim: período de teste de 7 dias. 🤝 Etapa 4: Apoio e Monitorização O assistente social: Ajuda o cliente a escrever o objetivo num bilhete e a colá-lo no frigorífico. No encontro seguinte, pergunta: “Conseguiste fazer alguma mudança? O que foi mais fácil, o que foi mais difícil?” Reforça os sucessos (mesmo que parciais): “Que bom que conseguiu comer cenouras em dois dias – isso já é um passo!” Sugere ajustes no objetivo, se necessário – por exemplo, trocar os legumes crus por cozidos, caso os crus sejam mais difíceis de comer. 🧠 Etapa 5: Colaboração com outros profissionais Como o cliente: Está a fazer uso de antidepressivos; Apresenta sinais de compulsão alimentar e isolamento social; Tem baixa motivação ➡️ O assistente social contacta o psiquiatra e propõe a referenciação a um nutricionista no centro de saúde mental (se disponível). 📌 Resumo: O que fez o assistente social como parte da prática baseada na evidência? ✅ Identificou a necessidade com base no estado mental e no funcionamento diário do cliente ✅ Aplicou elementos de intervenções baseadas na evidência (dieta mediterrânica, redução do consumo de açúcar) ✅ Estabeleceu uma meta SMART realista e mensurável ✅ Forneceu suporte e monitorização ✅ Envolveu especialistas relevantes – nutricionista e psiquiatra. |
Monitorização de resultados – o que e quando deve ser verificado?
Implementar uma intervenção é uma coisa – mas a sua eficácia só pode ser avaliada se soubermos o que procurar e como verificar. No serviço social, nem sempre temos acesso a testes, registos médicos ou observações diárias, pelo que a monitorização deve ser simples, específica e utilizável em conversa com o cliente.
O que vale a pena verificar?
- Se o cliente atingiu o objetivo específico, por exemplo, “Adicionou um vegetal ao seu almoço?”, “Bebeu menos bebidas açucaradas?”
- Como se sentiram física e mentalmente – por exemplo, “Teve mais energia?”, “Sentiu-se menos irritável?”
- Se algo dificultou o cumprimento do plano – por exemplo, falta de dinheiro, agravamento dos sintomas de depressão, conflitos familiares.
Com que frequência deve ser feito?
- Para intervenções de curta duração (1 a 2 semanas), uma vez por semana ou durante cada consulta é suficiente.
- Nos casos de seguimento a longo prazo, as consultas acontecem a cada 2 a 4 semanas, dependendo da evolução do caso.
- Nos casos de seguimento a longo prazo, as consultas ocorrem a cada 2 a 4 semanas, dependendo da evolução do caso.
Lembre-se: mesmo a conquista parcial de um objetivo já é um progresso. É importante reconhecer e dar um nome a este progresso – isto fortalece a motivação e o sentido de autonomia do cliente.
Elaborar “planos de contingência” – o que fazer quando as coisas não correm como planeado?
Os contratempos são uma parte normal do processo de mudança, especialmente para as pessoas com problemas de saúde mental. Por isso, é importante combinar previamente com o cliente um plano B – um plano que não seja um castigo ou motivo de vergonha, mas sim um passo atrás ou um desvio seguro, permitindo-lhe manter o progresso sem desistir completamente.
Como elaborar um Plano B?
- “O que fará se não tiver energia para preparar o almoço?”
- “Como podemos simplificar este objetivo para que não desista completamente dele?”
- “Se fazer isto todos os dias não resultar, podemos tentar três vezes por semana?”
O que pode ser incluído num plano de contingência?
- Uma versão simplificada do objetivo (por exemplo, em vez de cozinhar, utilizar um produto pronto a usar com legumes)
- Uma forma adicional de apoio (por exemplo, uma chamada de lembrete, um bilhete no frigorífico, o envolvimento de uma pessoa de confiança)
Uma mudança de horário (por exemplo, transferir o objetivo para outro período do dia ou da semana).
Cuidado com a linguagem! Em vez de dizer: “se falhar”, é melhor dizer:
“Se as coisas não correrem como planeado, o que podemos fazer para garantir que algo ainda funciona?”
2.2.3. Apoio diário à mudança – como desenvolver a autonomia do cliente em relação à alimentação e à saúde.
Construindo autonomia
Mudar os hábitos alimentares nas pessoas com perturbações mentais não começa com uma dieta – começa com microações: beber água, comer algo quente, lembrar-se de comer. Por isso, no serviço social, é essencial focar-se em ações simples e exequíveis que o cliente possa realizar no seu dia a dia – mesmo que a sua motivação, energia ou função cognitiva estejam em baixo.
Um assistente social não tem de ser um especialista em nutrição, mas pode ser um catalisador para a mudança, ajudando o cliente a dar o primeiro passo. Abaixo, apresentamos 5 passos práticos com exemplos.
🔹 PASSO 1: Comece com o que o cliente JÁ está a fazer.
Porque é que isso é importante?
As pessoas não gostam que lhes digam o que mudar. Mas é mais provável que tomem uma atitude se sentirem que já sabem como fazer algo.
Exemplo de conversa:
– “O que comeu recentemente que estava bom e saboroso?”
– “Qual a refeição do dia que costuma ser a melhor para si: pequeno-almoço, almoço ou jantar?”
– “Há algo que goste de comer que não precise de ser cozinhado?”
🎯 Objectivo: Identificar um ponto de partida. Por exemplo, se o cliente comer pão com queijo todos os dias, comece por adicionar uma rodela de tomate.
🔹 PASSO 2: Sugira uma pequena alteração, e não uma “dieta inteira”
Porque é que isto é importante?
As perturbações de saúde mental (como a depressão e a esquizofrenia) dificultam o planeamento e a tomada de decisões. As grandes mudanças podem ser avassaladoras, enquanto as pequenas são mais fáceis de gerir.
Exemplos de micro-objectivos:
• “Adicione um vegetal por dia a uma refeição, mesmo que seja apenas uma rodela de pepino.”
• “Beba mais um copo de água do que o habitual.”
• “Coma algo quente antes das 12h, mesmo que seja apenas uma sopa instantânea.”
🛠️ Dica: Anote o objetivo em conjunto com o cliente e coloque-o num local visível (por exemplo, no frigorífico, à porta, perto do telefone).
🔹 PASSO 3: Elabore uma lista de compras com uma estimativa básica de custos
Ferramentas práticas:
- Caneta e papel, telemóvel, folheto da loja
- Calculadora – estime quanto custaria o almoço para dois dias.
Dica: Concentre-se em alimentos básicos versáteis – por exemplo, batatas, cereais, legumes congelados, ovos, pão, aveia.
🔹 PASSO 4: Proponha soluções de backup
O cliente pode:
- Não tenho energia para cozinhar,
- perdem o apetite.
- não vá à loja,
Assim, definam um Plano B:
- “O que se pode comer quando não se tem energia para cozinhar?”
- Tem algo em casa que possa ser aquecido rapidamente?
- “Há alguém que lhe possa fazer as compras, caso não possa sair de casa?”
✅ Dicas para o assistente social
| O que fazer | Exemplo |
| Speak specifically, not vaguely | Em vez de “Coma de forma saudável”, pergunte: “O que pode cozinhar amanhã?” |
| Planeie a curto prazo, mas de forma realista. | “Vamos planear juntos as refeições de amanhã” |
| Utilize recursos locais | Frigorífico comunitário, sopa comunitária, serviços sociais |
| Elabore os planos em conjunto com o cliente. | Em papel, por telefone ou um bilhete à porta. |
| Elabore um plano de contingência. | “O que vai comer se não lhe apetecer fazer nada?” |
Formulário: Plano de refeições e orçamento semanal
🗓️ Preencha este formulário em conjunto com o cliente. Indique o que e quando planeiam comer e quanto esperam gastar em cada refeição.
Menu semanal
| Refeição/Dia | seg | ter | qua | qui | Fri | sext | Sol |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Breakfast | |||||||
| Lunch | |||||||
| Dinner |
Orçamento alimentar
| Produto | Preço estimado (PLN) | Comente (por exemplo, quanto tempo vai durar) |
|---|---|---|
2.3.3. REUNIÕES DE GRUPO COMO FERRAMENTA MOTIVACIONAL
Na prática diária, muitos profissionais constatam que a realização de reuniões de grupo regulares com os clientes pode ser significativamente mais eficaz do que trabalhar exclusivamente em sessões individuais. A consistência e a rotina (por exemplo, reuniões semanais à mesma hora) proporcionam aos participantes uma sensação de estrutura e segurança, o que fortalece ainda mais a sua motivação para a mudança.
Os encontros de grupo também ajudam os participantes a perceber que outros enfrentam desafios semelhantes. Isto reduz a sensação de isolamento, promove um sentido de comunidade e encoraja o apoio mútuo. Os participantes inspiram-se frequentemente uns nos outros, partilham estratégias de coping e trabalham em conjunto para encontrar soluções.
Além disso, as reuniões de grupo oferecem excelentes oportunidades para formação prática, como planear refeições, cozinhar em conjunto ou discutir as compras de supermercado e o orçamento. Estas experiências práticas aumentam o envolvimento e permitem que os participantes aprendam fazendo, num ambiente seguro e acolhedor.
2.3.3. HIGIENE PESSOAL E ORGANIZAÇÃO DA VIDA DIÁRIA EM TORNO DAS REFEIÇÕES
Para muitas pessoas com perturbações mentais, as atividades básicas do dia-a-dia – como tomar banho, vestir-se, preparar refeições ou comer regularmente – podem representar um grande desafio. Condições como a depressão, esquizofrenia, perturbações de ansiedade ou episódios psicóticos podem levar a:
- Uma estrutura diária desestruturada (falta de rotina, caos).
- negligência da higiene pessoal.
- Esquecer de comer ou comer compulsivamente à noite.
- Dificuldade em planear e antecipar necessidades.
Como assistente social, pode desempenhar um papel fundamental ao ajudar o cliente a criar um plano diário simples que:
• Inclui refeições.
• Favorece a regularidade e as rotinas.
• Restaura a sensação de controlo sobre a vida quotidiana.
🔹 PASSO 1: Descubra como é um dia normal para o cliente
Antes de sugerir o que quer que seja, procure conhecer a rotina diária do cliente. Mesmo que pareça “caótica”, é um ponto de partida valioso.
Perguntas úteis:
- “A que horas costuma acordar?”
- “Com que frequência costuma tomar banho – de manhã, à noite ou de dois em dois dias?”
- “Há alguma coisa que faça regularmente durante o dia – como ver televisão, tomar medicamentos, beber café?”
- “Quando costuma comer – se é que come?”
🛠️ Dica: Não pergunte se estão a “fazer as coisas da forma correta” – pergunte como as coisas são realmente, sem julgamentos.
🔹 PASSO 2: Descubra como é um dia normal para o cliente
Identifique um comportamento consistente para construir o plano.
Mesmo as rotinas mais irregulares têm pontos de referência – como o pequeno-almoço, ver as notícias, passear o cão ou tomar a medicação.
Objectivo: Construir uma nova rotina em torno de algo que o cliente já faz.
Exemplo:
O cliente vê as notícias às 19h30 todos os dias → pode planear o jantar pouco antes ou depois do programa.
🛠️ Dica: Não pergunte se estão a “fazer as coisas da forma correta” – pergunte como as coisas são realmente, sem julgamentos.
🔹 PASSO 3: Sugira uma estrutura diária simples – com higiene e refeições
Não se trata de uma “rotina perfeita” – apenas o mínimo necessário que seja viável.
| Hora | Activity | Comentar |
|---|---|---|
| 9:00 | Levante-se, lave o rosto, vista-se. | (mesmo que não seja um banho completo – lavar a cara já é um passo em frente) |
| 9:30 | Tome o pequeno-almoço. | Por exemplo: sandes, iogurte, banana |
| 13:00 | Almoce (mesmo que seja algo simples). | Pode ser sopa pronta a consumir, arroz com legumes. |
| 17:00 | Dê um passeio / faça uma pausa | mudança de ambiente, café |
| 19:00 | Jantar e medicação | ligado a um programa de TV noturno |
| 20:00 | Tomar banho ou lavar os dentes | se possível – ou um gesto simbólico (por exemplo, lavar as mãos, mudar de camisa) |
🟢 Dica: Crie uma versão visual ou em tópicos do plano com o cliente e coloque-a no frigorífico ou na porta.
🔹 PASSO 4: Sugira uma estrutura diária simples – Associe a higiene às refeições – em vez de as separar.
Para muitos clientes, lavar-se parece um “incómodo desnecessário” se não vão sair de casa. Mas se mostrar que está relacionado com as refeições, torna-se mais lógico e incorporado na rotina deles.
Exemplos:
- “Depois do banho, vou preparar algo quente para comer.”
- “Depois do pequeno-almoço, vou lavar os dentes.”
- “Depois de me vestir – café e um pãozinho”
🧠 Regra: Uma ação leva a outra. Os rituais criam ritmo.
🔹 PASSO 5: Sugira uma estrutura diária simples – Ajustem o plano em conjunto – não o imponham.
Lembre-se: o plano deve pertencer ao cliente, não a si. É ele que o vai seguir.
Faça perguntas como:
- “O que poderíamos acrescentar para tornar mais fácil comer algo de manhã?”
- “Há algo que gostaria de mudar na ordem em que planeamos?”
- “Vamos começar com apenas dois passos – lavar-se e tomar o pequeno-almoço – e planear o resto na próxima semana?”
🟡 O progresso não tem de ser drástico. Uma mudança como “fazer a primeira refeição antes das 13h” já é um sucesso.
👥 Exemplo Prático
🧍 Ágata (35 anos, depressão, solidão, baixa autoestima)
Situação: Dorme até à meia-noite, não toma banho, não come até à noite. Diz que “não tem forças” e que “não vê sentido em nada”.
Ações tomadas pelo assistente social:
- Começou com uma pergunta amigável: “A que horas costuma beber café?” – resposta: “Depois das 13h, quando acordo”.
- Juntos, estabeleceram o primeiro ritual diário: café + iogurte.
- Acrescentei uma rotina de higiene simples: “Vou lavar as mãos e mudar de camisola”.
- Ao fim de uma semana, acrescentaram mais um pequeno passo: jantar antes do programa de televisão favorito dela.
- O colaborador ajudou a criar um plano diário simples de 3 passos, que foi afixado no frigorífico.
✅ Resumo:
O que fazer para apoiar o cliente:
| Objetivo | Como lá chegar? |
| Estabeleça um ritmo diário | Pergunte o que o cliente já faz e elabore o plano com base nisso. |
| Apoie a higiene | Não imponha nada – comece por pequenas ações (por exemplo, lavar as mãos, mudar de roupa). |
| Relacione alimentação e higiene | Coma depois de lavar as mãos, escove os dentes após as refeições. |
| Crie um plano simples. | Utilize papel, telemóvel ou recursos visuais – em apenas 2 a 3 passos. |
| Modifiquem o plano em conjunto. | Concordar com as alterações de forma colaborativa, ajustar as tarefas aos sintomas e ao humor do cliente. |
📊 Tabela para registo do ritmo diário e das refeições (1 semana)
Recomendação: O cliente pode preencher este formulário de forma independente ou com o auxílio de um assistente social, assinalando as atividades básicas e as refeições diárias.
| Atividade/Dia | seg | ter | qua | qui | Fri | sext | Do |
| Levantei-me antes das 10h. | |||||||
| Rosto/dentes lavados | |||||||
| Tomei o pequeno-almoço | |||||||
| Almocei | |||||||
| Jantamos | |||||||
| Tomei banho ou mudei de roupa. | |||||||
| Saiu de casa ou fez alguma atividade |
✅ Legenda: pode marcar ✅ (feito), ❌ (não feito) ou ➖ (não aplicável).
Para avaliar os seus conhecimentos sobre este tema, faça o exercício 47 do caderno de exercícios.
| Bibliography |
| Prochaska, J. O., & DiClemente, C. C. (1984). A abordagem transteórica: cruzando as fronteiras tradicionais da terapia. Homewood, IL: Dow Jones-Irwin. Prochaska, J. O., DiClemente, C. C., & Norcross, J. C. (1992). Em busca de como as pessoas mudam: aplicações aos comportamentos aditivos. American Psychologist, 47(9), 1102–1114. https://doi.org/10.1037/0003-066X.47.9.1102 Harter, K. (2017). Nutrição e a perspetiva pessoa-no-ambiente: implicações para o serviço social (Dissertação de Mestrado, Grand Valley State University). ScholarWorks@GVSU |